A Anta de Pavia da Capela de São Dinis é um monumento funerário megalítico que terá sido erguido entre o IV milénio a.C. e o Ill milénio a.C. Já em pleno século XVII, a anta terá sido adaptada para servir o culto cristão, transformando-se numa capela consagrada a São Dinis ou São Dionísio. A Anta-Capela de S. Dinis encontra-se classificada como Monumento Nacional desde 1910. A capela é formada por uma câmara-nave de “grandes” dimensões.
Anta-Capela de São Dinis – faz viajar no tempo
Visitar Portugal é viajar ao passado. A Capela de São Dinis já foi uma Anta. No Séc. XVII a igreja portuguesa transformou esta anta numa capela com características únicas, pela sua simplicidade, mas também pela sua beleza. Ao explorar a Capela de S. Dinis encontrará uma grande rocha escavada, e lá dentro um altar, um verdadeiro tesouro no Alentejo. Este local emblemático em Portugal, no concelho de Mora, merece uma visita.
Foi explorada, cientificamente, pela brigada arqueológica dirigida pelo prof. Virgílio Correia, entre 1914 e 1915, sendo então recolhido algum espólio ao Museu Dr. Leite de Vasconcelos, de Belém. Encontrava-se na época envolvida por casario popular, que desapareceu por expropriação oficial, na altura do restauro dirigido pelos Monumentos Nacionais, na década de 1950. Hoje ao seu redor existem diversos pontos de interesse que vale a pena explorar.
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A câmara-nave que é uma rocha que é uma janela para o passado.
A câmara-nave, de planta circular, como tronco de pirâmide, composta por sete esteios megalíticos e chapéu, é apenas decorada, no fundo, por altar encimado de moderno painel cerâmico representando São Dinis, que, na década de 1930, substituiu, infelizmente, o primitivo retábulo do padroeiro, obra mural de características toscas e populares, realizado em encáustica, com predomínio do vermelho e ocre, datando possivelmente de c.1600. A figura mitrada e vestindo um manto segurava na mão esquerda o báculo, apoiado no livro da doutrina, e erguia a direita segundo o ritual.
A Insólita Capela de S. Dinis nasceu de uma rocha megalítica
No Alentejo, em Mora no lugar de Pavia, esconde-se disfarçada uma construção megalítica. Uma Anta transformada em Capela, um património cultural único, cuja arquitetura é da mais antiga da Europa, construída 4000 anos antes de Cristo. A capela consagrada a São Dinis é uma enorme construção humana, com extraordinário enquadramento e simplicidade, emociona quem a visita. Um portal mágico para outra dimensão.
Anta-Capela de Portugal é das maiores da Península Ibérica
Esta Anta-Capela de São Dinis, em Mora, é uma das maiores da Península Ibérica, considerada também como a mais significativa Anta-Capela de Portugal.Adaptada a templo católico durante a Idade Média, dedicada a São Dinis, teve origem num grande dólmen de corredor, do qual resta apenas a câmara megalítica. A anta-capela está classificada como Monumento Nacional e recebeu o nome de D. Dinis em homenagem à atribuição pelo rei de carta de foral a Pavia.
O monumento tem aproximadamente quatro metros de diâmetro e três de altura. A sua adaptação ao culto católico inclui um altar de azulejos de estilo setecentista e barroco. Barroco é também o estilo da vizinha Igreja de São Francisco,construída em homenagem aos que morreram na batalha de Alcácer Quibir.
Cronologia desta insólita Anta
4000 a.C. – 3000 a.C. – construção; 1625 – Manuel Severim de Faria, Chantre da Catedral de Évora, refere a capela, sendo esta a primeira referência documentada ao templo cristão; 2013, agosto – investigação arqueológica, coordenada por Leonor Rocha da Universidade de Évora, visando identificar a primitiva entrada e corredor de acesso da anta e uma datação absoluta do monumento de modo a estabelecer as diferentes funcionalidades que teve até ao presente.
Ali perto está a histórica Igreja de São Francisco?
Sabias que ali bem perto existe uma igreja histórica na região? A Igreja de São Francisco faz parte do passado quinhentista da vila de Pavia. Foi edificada em finais do século XVI por D. João Coutinho e sua esposa Dª. Francisca de Meneses, com a intenção de louvar os desaparecidos na Batalha de Alcácer Quibir, em especial o monarca D. Sebastião. Nos finais dos anos 800 serviu de teatro, celeiro e escola primária. Apenas em 1950 foi reaberta ao culto religioso, depois de ter sido alvo de algumas reestruturações interiores e exteriores.
Atualmente o seu oráculo é São Francisco. É uma igreja histórica conhecida pela sua arquitetura barroca, pela fachada com um portal em arco e uma torre sineira. A igreja também abriga um museu com exposições sobre a história da cidade.
A Igreja de São Francisco é um importante ponto turístico de Pavia. Aberta gratuitamente ao público de terça a domingo, das 10h às 12h e das 14h às 18h.
Pode encontrar mais informações sobre a Igreja de São Francisco no site da Câmara Municipal de Mora: https://www.cm-mora.pt/locais/ermida-de-sao-sebastiao-igreja-de-sao-francisco/
Centro Interpretativo do Megalitismo
O Museu do Megalitismo, único a nível nacional, é a concretização de um sonho da autarquia de Mora, no sentido da valorização do vasto e riquíssimo património megalítico existente no Concelho. Neste centro interpretativo podemos descobrir que a Anta-capela pode pertencer a um povoado pré-histórico com 5 mil anos, que tem vindo a ser estudado desde 1914. Durante estes 100 anos de estudos foram encontradas inúmeras peças.
Artefactos que eram usados para a caça, a pesca, o dia a dia das pessoas, e vários testemunhos funerários que o comprovam, como o conjunto de monumentos megalíticos que se encontra na freguesia de Pavia e por todo o concelho de Mora. Achados que contribuíram para a construção, em setembro de 2016, do Museu Interativo do Megalitismo no centro da vila de Mora.
Para mais informações: https://www.visitmora.pt/museologico/museu-interativo-do-megalitismo-de-mora/
Casa-Museu Manuel Ribeiro e as suas ilustrações neo-realistas
No largo da freguesia de Pavia, onde habita a Anta-capela de São Dinis, temos ainda outra vizinha de peso – a Casa Museu Manuel Ribeiro de Pavia, espaço dedicado à vida e obra de Manuel Ribeiro de Pavia, onde podem ser apreciadas pinturas, desenhos originais, reproduções e livros ilustrados por este insigne alentejano.
Artista muito importante na sua época, Manuel Ribeiro fez ilustrações para muitas obras literárias que foram publicadas na altura, criou capas para intelectuais da época, como Alves Redol, Fernando Namora, Antunes da Silva, Domingos Monteiro, Tolstoi e Dostoievski, e para algumas editoras como a Portugália, a Guimarães, a Inquérito e a Sociedade de Expansão Cultural.
Visitar este espólio, inaugurado a 16 de junho de 1984 resultado da colaboração entre a Câmara Municipal de Mora, a Junta de Freguesia de Pavia e amigos do pintor, é uma redescoberta das ilustrações de muitos romances do neo-realismo, inclusive do próprio Fernando Namora que foi também médico em Pavia.
Foto pintura Fernando Namora
Horário de inverno: Terça-feira a sexta-feira – 9.30h às 12.30h – 14h – 16.30h. Sábados 9h às 13.30h – 14h às 17.30h
Horário de verão: Terça-feira a sábado – 9h às 12.30h – 14h às 17.30h. Encerra às segundas-feiras.
Domingos – mediante marcação prévia para os contactos da Casa-Museu Manuel Ribeiro de Pavia – 926 551 865
Roma e Pavia não se fizeram num dia
“Roma e Pavia não se fizeram num dia”- já assim o diz o ditado popular. No caso de Pavia, do concelho de Mora, em Portugal e não de Itália, o fio da história já corre há alguns milénios. Um dos testemunhos é a grandiosa Anta-Capela de São Dinis, que está no centro da vila de Pavia, que com toda a certeza deverá ter requerido tempo e esforço para se erguer. Dito popular a confirmar no programa da Antena1 “Vou Ali e Já Venho”. A emissão deste episódio pode ouvir aqui.
Link:https://www.rtp.pt/play/p3534/e496279/vou-ali-e-ja-venho
Mora e Pavia não se conhecem num dia: História rica, paisagens encantadoras e gastronomia deliciosa
A pequena vila de Pavia, foi sede de concelho entre 1287 e o início do século XIX. O seu território povoado desde épocas pré-históricas, conforme o comprovam os numerosos monumentos megalíticos existentes na área, tem dos mais antigos agregados populacionais. As suas origens históricas remontam a um núcleo de imigrantes italianos, fixados a instâncias de D. Afonso III ou de D. Dinis, tendo este último concedido em 1287 a primeira carta de foral. A 16 de março de 1486, foi cedida por D. João II ao Conde de Borba, com alcaidaria e direitos sucessórios. A vila de Pavia pertenceu, por doação, a vários nobres e à Coroa.
Com sua rica história, paisagens encantadoras e gastronomia deliciosa, o concelho de Mora é um destino perfeito, no Alentejo, para quem procura relaxar, viajar no tempo e com tempo, e ainda explorar a cultura portuguesa. Mora é um dos pontos de paragem mais emblemáticos da roadtrip pela Estrada Nacional 2. Também caiado com milhares de anos de história, a vila portuguesa de Mora (antiga Amora), no distrito de Évora, tem todo um universo diversificado para descobrir.
Desde o Fluviário de Mora, à Praia Fluvial do Gameiro ou simplesmente passear pelas margens da ribeira da Raia ao longo da Pista de Pesca Desportiva de Mora. Deambular pelas castiças ruelas e pracetas de Mora e admirar a imponente Torre do Relógio. Para degustar a excelente gastronomia, mime-se com um jantar típico regado com o excelente néctar dos deuses alentejanos . Ver os Jardins, Matas e o Parque ecológico, descobrir capelas e Igrejas, fontes e pontes medievais e outros testemunhos bastante antigos como Cromeleque Monte das Fontainhas.
Descobrir mais em https://www.visitmora.pt/visitar/patrimonio/